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quinta-feira, 28 de julho de 2011
Mensagem de SS João Pablo II. Janeiro de 2005.
Queridos Irmãos e Irmãs:
«Duc in altum!» Ao começo da carta apostólica «Novo millennio ineunte» citei as palavras com as que Jesus anima aos primeiros discípulos a fazer as redes para uma pesca que seria milagrosa. Disse a Pedro: «Duc in altum - Remar mar adentro» (Lucas 5, 4).
«Duc in altum!» A chamada de Cristo resulta especialmente em nosso tempo atual, em que uma difusa maneira de pensar promove a falta de esforço pessoal ante as dificuldades.
A primeira condição «remar mar adentro» requer cultivar um profundo espírito de oração, alimentado pela escuta diária da Palavra de Deus. A autêntica vida cristã se mede pela profundidade na oração, arte que se aprende humildemente «dos mesmos lábios do divino Mestre», implorando quase, «com os primeiros discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar!” (Lucas 11, 1). Na oração se desenvolve esse diálogo com Cristo que nos converte em seus íntimos: “Permanecei em mim, como eu em vós” (Joao 15, 4)» («Novo millennio ineunte», 32).
A orante união com Cristo nos ajuda a descobrir sua presença inclusa em momentos de aparente desilusão, como sucedia aos mesmos apóstolos que depois de haver pescado toda a noite exclamaram: «Mestre, não pescamos nada» (Lucas 5, 5). Freqüentemente em momentos assim é quando temos de abrir o coração à onda da graça e deixar que a palavra do Redentor atue com toda sua força: Duc in altum!» (Cf. «Novo millennio ineunte», 38).
Quem abre o coração a Cristo não só compreende o mistério da própria existência, senão também o da própria vocação, e recorre esplendidos frutos de graça. Primeiro, crescendo em santidade por um caminho espiritual que, começando com o dom do Batismo, prossegue até alcançar a perfeita caridade (Cf. ibid, 30). Vivendo o Evangelho «sine glossa», o cristão se faz cada vez mais capaz de amar como Cristo, a ponto da exortação: «Sejam perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito» (Mateus 5, 48). Esforça-te em perseverar na união com os irmãos dentro da comunhão da Igreja, e se põe ao serviço da nova evangelização para proclamar e ser testemunho da impressionante realidade do amor salvador de Deus.
· Particularmente a vós, queridos adolescentes e jovens, os repito o convite de Cristo a «remar mar adentro». Encontrarás no momento em que terás que tomar uma decisão importante para vosso futuro. Guardo em meu coração a lembrança de numerosos encontros em anos passados com jovens, convertidos hoje em adultos, talvez em pais de alguns de vós, em sacerdotes, religiosos, religiosas, vossos educadores na fé. Os vi alegres, como devem ser os jovens, mas também reflexivos, pelo empenho em dar um «sentido» pleno a sua existência. Cada vez que estou mais convencido de que, no ânimo das novas gerações é maior a atração até os valores do espírito, maior a ânsia da santidade. Os jovens necessitam de Cristo, mas sabem também que Cristo quer contar com eles.
Queridos irmãos e irmãos, confiai n’Ele, escutai seus ensinamentos, olhai seu rosto, perseverai na escuta de sua Palavra. Deixai que seja Ele quem oriente vossas buscas e aspirações, vossos ideais e os desejos de vosso coração.
· A vocês queridos pais e educadores cristãos, aos amados sacerdotes, consagrados e catequistas. Deus os há confiado à tarefa peculiar de guiar a juventude pelo caminho da santidade. Sejam para eles exemplo de generosa fidelidade a Cristo. Animai-os a não duvidar em «remar mar adentro», respondendo sem tardança o convite do Senhor. Ele chama a uns a vida família, a outra a vida consagrada ou ao ministério sacerdotal. Ajudai-os para que saibam discernir qual é seu caminho, e cheguem a ser verdadeiros amigos de Cristo e seus autênticos discípulos. Quando os adultos que crêem fazem visível o rosto de Cristo com a palavra e com o exemplo, os jovens estão dispostos mais facilmente a acorrer sua exigente mensagem mercada pelo mistério da Cruz.
Não esqueceis, ademais, que hoje também se necessita sacerdotes santos, pessoas totalmente consagradas ao serviço de Deus! Por isso queria repetir uma vez mais: «É necessário e urgente enfocar uma basta e capilar pastoral das vocações que cheguem as paróquias, aos centros educativos, as famílias, suscitando uma reflexão mais atenta aos valores essenciais da vida, os quais se resumem claramente na resposta que cada um está convidado a dar a chamada de Deus, especialmente quando pede a entrega total de si e das próprias forças para a causa do Reino» («Novo millennio ineunte», 46).
· Aos jovens volto-lhes a dizer as palavras de Jesus: «Duc in altum!» Ao repetir de novo esta exortação, penso também nas palavras dirigidas por Maria, sua Mãe, aos servidores em Caná da Galiléia: «Fazei o que Ele os diga» (João 2, 5). Cristo, queridos jovens, os pede «remar mar adentro» e a Virgem os anima a não duvidar em seguir-lo.
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